sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Conexão Mundo ensina inglês nas redes sociais e oferece viagem aos Estados Unidos

Programa do SESI e do SENAI em parceria com instituição americana facilita o aprendizado do idioma e permite ao aluno estabelecer contatos e fazer amizades com professores e estudantes estrangeiros.

Quarenta e sete estudantes que participaram do programa Conexão Mundo, criado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), farão intercâmbio nos Estados Unidos no início de novembro. Dentre 800 alunos do programa, o grupo se destacou e vai viajar por duas semanas com tudo pago para o país norte americano.

Eles concluíram o curso de inglês na primeira semana de setembro. Salvador é a cidade com maior número de alunos que vão viajar: 11 no total. Há, também, 10 de Belo Horizonte, 8 de Porto Velho, 5 de Maceió, 5 de Joinville (SC), 5 de Recife e 3 de Macaé (RJ).

Criado pelo SESI e pelo SENAI, em parceria com a organização não governamental  US-Brasil Connect, o Conexão Mundo ensina inglês de um jeito diferente. Essa é mais uma iniciativa do SESI e do SENAI para melhorar a qualificação dos jovens profissionais brasileiros.

"O aluno aprende o idioma nas redes sociais,
se divertindo" - Sérgio Moreira
O curso, de cinco meses, é dividido em três etapas. Na primeira, os alunos participam das aulas virtuais, que são feitas pelo Facebook, hangouts (bate-papos com webcam pelo Google) e a plataforma de aulas Longman, um site especializado no ensino do inglês. Nas aulas e atividades a distância, os alunos brasileiros interagem pela internet com monitores americanos. Cada monitor é responsável por uma turma de 10 a 12 alunos.

Depois dos dois primeiros meses, na segunda etapa, os monitores americanos vêm ao Brasil para dar aulas presenciais por um mês. Essas aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, em junho e julho, no período de férias dos brasileiros, e envolvem dinâmicas, jogos e simulação de situações comuns do mercado de trabalho. Em seguida, a terceira etapa segue com mais dois meses de aulas pela internet.

"Há aulas com todos ao mesmo tempo, cada um em sua casa, basta acessar a internet com uma webcam e microfone”,  explica  o diretor adjunto de Educação e Tecnologia do SESI e do SENAI, Sérgio Moreira. A grande vantagem do Conexão Mundo, afirma ele, é que o aluno aprende o idioma nas redes sociais, um ambiente em que os  jovens costumam  estabelecer novos contatos, fazer amizades e até namorar. "Eles aprendem se divertindo e são avaliados constantemente, em todas as tarefas e nas atividades promovidas pelas redes sociais", completa Moreira.

PLANOS PARA O FUTURO - Ao final do curso, os alunos recebem um certificado de conclusão do SESI e do SENAI. Quem consegue avanços mais significativos em inglês e tem as melhores avaliações na escola ganha a viagem com tudo pago para os Estados Unidos. Nas duas semanas da viagem, os premiados, que representam cerca de 5% do total de alunos matriculados no curso, ficam hospedados em casas de famílias americanas, visitam escolas, conhecem universidades e empresas e participam de uma série de outras atividades.

“Foi uma das melhores experiências que tive na vida", afirma Yan Nunes, 19 anos, estudante do curso técnico de mecatrônica do SENAI.  Premiado com a viagem na primeira turma do Conexão Mundo, Yan fez o curso de inglês em 2012 e viajou em outubro do ano passado para os Estados Unidos com outros nove colegas.

O primeiro grupo de brasileiros do Conexão Mundo passou duas semanas em Denver, no ano passado
Morador de Salvador, Yan continua seus estudos de inglês pelo Conexão Mundo. Orgulhoso com os avanços feitos no idioma, ele conta que hoje praticamente só lê livros em inglês. Isso lhe abre caminhos para projetar novas conquistas no futuro. "Eu quero participar do projeto Ciências Sem Fronteiras, e saber inglês é fundamental para isso", antecipa.

Além de melhorar o inglês, na viagem aos Estados Unidos, Yan mudou seus planos de carreira profissional. "Antes queria ser físico. Agora sonho em cursar engenharia aeroespacial. Só estou em dúvida se sigo carreira militar no ITA ou numa indústria aeroespacial aqui no Brasil ou se vou para os Estados Unidos”, diz ele. Yan decidiu mudar seu projeto futuro depois das conversas com os estudantes americanos de engenharia aeroespacial.

A estudante Mariana Palma, 18 anos, se destacou nas aulas de inglês no ano passado. “No começo eu não falava nada de inglês", conta.  Ela também estuda logística no SENAI em Salvador e redobrou a dedicação ao inglês. O esforço valeu a pena: ela foi uma das selecionadas para o intercâmbio em novembro. "Estava lutando muito para conseguir a viagem”, diz ela, que participa do módulo avançado do curso.

Outro estudante que visitou os Estados Unidos pelo Conexão Mundo foi  o baiano Matheus Ribeiro, 18 anos. Ele estuda automação industrial no SENAI, em Salvador. Para ele, o programa oferece muito mais que o aprendizado do idioma. “A confiança que eu ganhei ao ter contato com outra cultura nenhum curso comum dá. O inglês não é só aprender, é ter confiança", afirma Matheus.  "O Conexão Mundo faz justamente isso, ele nos dá confiança para falar inglês. Meu monitor desde o início dizia: não se preocupe em falar perfeitamente, se preocupe em ser compreendido”, ressalta.

O Conexão Mundo também mudou os planos do estudante Talma Neto, 18 anos, que faz curso de logística no SENAI. “Também quero aprender chinês, alemão, italiano. Quero ser advogado de empresas e, com certeza diferentes idiomas vão me ajudar no trabalho”, diz o estudante, que também foi aos Estados Unidos  em 2012.  “Quem sabe eu não vá trabalhar em uma multinacional? Quero estudar em Harvard ou Oxford. Vi agora que isso é possível”, completa.

TECNOLOGIA E INTERAÇÃO - Abrir portas e mostrar novas possibilidades aos estudantes também está entre os objetivos do Conexão Mundo. “Aprender a língua não é só saber as coisas e reproduzi-las. É ter a vontade de se conectar, fazer amizades", afirma a presidente da ONG US-Brasil Connect, Mary Gershwin. Segundo ela, é preciso aproveitar a tecnologia para estreitar as relações e, com isso, aprender novas culturas.

Mas não são apenas os brasileiros que ganham com o programa. De acordo com Daniel Phelan, presidente do Jackson College, uma das universidades americanas que participa do Conexão Mundo,  os monitores  também aprendem com os brasileiros. “É uma ótima oportunidade para todos aprenderem lições de vida e de trabalho. Essa experiência nos ajuda a conhecer outros países e culturas”, explica o dirigente da escola.  Neste ano, 80 monitores de colégios americanos estão no projeto e vieram para o país para passar um mês com os alunos brasileiros.

“É uma troca de experiências. Com esse programa, conseguimos conectar o povo dos Estados Unidos com o povo brasileiro”, ressalta o diretor do Departamento de Cultura, Educação e Imprensa da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, John Matel, que apoia o programa Conexão Mundo.

PROGRAMA NASCEU EM SALVADOR - O programa Conexão Mundo foi implementado em 2012 em Salvador, como projeto piloto. A unidade do SESI e do SENAI da capital baiana oferece ensino médio articulado com o profissional. Ao todo, 200 alunos dos 2º e 3º ano do ensino médio foram selecionados depois de realizarem provas para testar o nível de conhecimento em inglês.

Neste ano, o Conexão Mundo foi estendido a 800 estudantes, de sete cidades brasileiras. Foram 200 alunos em Belo Horizonte, 50 em Joinville, no interior de Santa Catarina, 50 em Macaé, no Rio de Janeiro, 100 em Maceió, 100 em Recife, 100 em Porto Velho e outros 200 em Salvador.

Entre os 800 estudantes, 700 são de escolas do SESI e do SENAI e cem de escolas públicas. Entre os alunos de escolas públicas, 50 são Belo Horizonte e 50, de Porto Velho. Os alunos que se destacaram viajarão para quatro cidades: Jackson e Traverse City, em Michigan; Kallispell, no estado de Montana e Denver, no Colorado.

Em 2014, o programa Conexão Mundo será ampliado e pretende atender a 2 mil alunos em mais estados brasileiros.

SAIBA MAIS - Assista aos vídeos sobre o programa:

- Veja como foi a primeira edição do Conexão Mundo

- Preparação para a vinda dos monitores americanos para as aulas presenciais no Brasil em 2013

Por Aerton Guimarães
Fotos: Arquivo Pessoal
Fonte: CNI

Nenhum comentário:

Postar um comentário